segunda-feira, 16 de maio de 2011

Scelerata

Do Rio Grande do Sul para o MUNDO. A banda Scelerata possui um single e dois álbuns de estúdio lançados até hoje desde 2006. O primeiro CD intitulado de Darkness & Light ganhou notoriedade mundial logo cedo. Após uma longa turnê ao lado de bandas de renome mundial, a banda lança o single Enemy Within contendo três faixas, sendo uma delas karaokê da canção Leave Me Alone. O segundo álbum chamado Skeletons Domination, mostrou ao mundo que além de Angra e Sepultura, o Brasil conta também com o Scelerata lhe representando. Em 2010, Fabio Juan ganhou o posto de vocalista e, para completar o ano com muito sucesso, a banda concluiu uma turnê nacional com o ex-vocalista do Iron Maiden Paul Di’Anno.
Atualmente, a banda encontra-se em estúdio na Alemanha preparando seu mais novo álbum de inéditas, ainda sem nome, mas já com uma demo da música Rising Sun, disponível em seu MySpace.

Legenda: Renato Osório, Magnus Wichmann, Fabio Juan, Francis Cassol, Gustavo Strapazon



MUB: Antes de tudo, muito obrigado por nos concederem a esta entrevista. Quais são suas principais influências e como entraram no ramo musical?

Gustavo – Obrigado pelo espaço. Dentro da banda possuímos influencias pessoais bem distintas e amplas. Mas acho que nossa musica expressa algumas destas influencias de forma mais explicita, bandas como, por exemplo, Helloween, Metallica, Megadeth, Yngwie Malmsteen, Gamma Ray... e outras não tão evidentes como Pantera, Slayer, Sepultura e algumas bandas de Death metal, alem claro de bandas Hard Rock: Skid Row, Guns n’ Roses, Motley Crüe, etc.
Eu comecei a tocar baixo em bandas aos 14, antes já tocava violão. No colégio tinha alguns amigos que tocavam e eu comecei a me interessar por baixistas como Cliff Burton, ai fui direto para o baixo.

MUB: Como surgiu o Scelerata e de onde veio o nome?

Gustavo – Eu e o Bruno Sandri (primeiro guitarrista da banda) tentávamos montar uma banda a muito tempo, testamos inúmeros bateristas e nunca achávamos ninguém. Eu já estava tocando em outra banda (Holyfire) quando o Bruno conheceu o Francis Cassol. Fizemos uma jam e estamos juntos até hoje.
Mas como eu disse nessa época eu já tocava com outra banda junto com o Magnus. O baterista do Holyfire na época acabou saindo, e eu chamei o Francis. Após algumas trocas de formações em ambas as bandas nós acabamos por juntar as duas.
O nome SCELERATA surgiu do nosso antigo guitarrista Rod Velasco. Esse nome Scelerata tem diversas conotações perversas em varias línguas latinas e achamos que tinha a ver com nossa proposta.

MUB: Antes mesmo de gravarem uma demo ou o primeiro álbum, o Scelerata já continha uma vasta lista de shows agendados em todo o Brasil. Por ser uma banda gaúcha no começo, como este reconhecimento nacional aconteceu?

Gustavo - Logo que a banda estabilizou a primeira formação nós gravamos um single “My paradise” que teve uma ótima aceitação desde então nossa meta sempre foi fazer o maior numero de shows possível. 

Legenda: contra capa do primeiro single.



MUB: Darkness & Light foi um sucesso não só no Brasil, mas em outros países também. O álbum foi produzido pela própria banda, com uma grande ajuda de Thiago Bianchi. O que contou para este sucesso a curto prazo na opinião de vocês?

Gustavo - O álbum foi totalmente produzido pela banda e o Thiago captou e fez a mixagem. Essas músicas tinham uma grande energia, e ainda hoje pensamos em regravar algumas delas com uma produção superior.
Quanto a aceitação do publico, se deve justamente a força das composições.

MUB: Conte-nos um pouco sobre D&L, desde o processo de composição, influências e produção!

Gustavo - Inicialmente 4 musicas faziam parte da demo “Spirits Looking For” da banda Holyfire. Essas musicas eram:  Holy Fire, Spell Of Time, Spirits Looking For e Adonai. As músicas foram compostas por mim e pelo Magnus e lapidadas pela banda ao longo de alguns anos. Essa demo tinha como produtor o Rafael Bittencourt (Angra). O plano era gravar a demo e mostrar para as gravadoras a fim de conseguir investimento para produzir o CD oficial. Muitas gravadoras na época se mostraram interessadas, entre elas a Paradoxx Music. Na época a Paradoxx estava com planos para entrar mais forte no ramo do Heavy Metal e a única banda metal que eles tinham no seu cast era o Angra. Acabamos por fechar com eles verbalmente, mas sem assinar contrato.  Após meses de negociação, a gravadora acabou fechando as portas. Nessa época já havíamos gravado as faixas restantes no estúdio do Thiago Bianchi: Eminence, Wings To Fly, Darkness & Light, Ethereal Places e Endless.
Esse processo todo foi muito desgastante e alguns membros resolveram deixar a banda. Foi nessa época que Holyfire e Scelerata, viraram a mesma banda
No fim das contas regravamos todo o trabalho por motivos contratuais.

Legenda: Capa do “ Darkness & Light”

MUB: A banda levou pra casa o prêmio de melhor vídeo clipe independente em 2006 com a música Eminence no Festival de Cinema de Gramado. Conte-nos sobre este clipe e esta premiação.

Gustavo - O clipe da musica “Eminence” foi dirigido pelos diretores Luís Mário Fontoura e Pablo Escajedo.  O enredo do clipe mostra como a sociedade julga pela aparência, é hipócrita, e dá mais valor as convenções do que ao real caráter de uma pessoa.
A premiação foi uma surpresa pra gente. Claro que o trabalho de toda equipe foi excelente, mas não esperávamos uma premiação. 


Diretores: Luis Mário Fontoura & Pablo Escajedo
Produtores: Nicky Klopsh & William Mayer
Fotografia: Tiago Coelho
Editores: Fabio Canale & Denise Marchi
Direção de arte: Carol Barrueco & Leonardo Remor

Legenda: gravação do Clip ”Eminence”. Magnus, Gustavo, Carl, Francis, Bruno.


MUB: Uma turnê incrível de lançamento do D&L foi realizada em todo o território nacional. Como surgiu o convite e qual foi a sensação de tocar no mesmo palco que Edguy, Gamma Ray, Angra, Master Plan e Deep Purple?

Gustavo - Com o “D&L” nas mãos começamos a procurar todas as oportunidades possíveis para divulgá-lo. Fizemos grandes shows nessa tour, conforme você citou. Foi um grande aprendizado poder ver como bandas realmente grandes trabalham. Na época não tínhamos nenhuma estrutura, éramos apenas os integrantes da banda viajando de cidade em cidade, das mais variadas formas: carro, ônibus, avião, vans...  sempre arrumávamos um jeito.
Os pontos altos foram os shows com Edguy no Rio de Janeiro e Deep Purple em Porto Alegre. 

MUB: Dizem que o segundo deve ser melhor que o primeiro. Após a divulgação do single Enemy Within, as expectativas para o lançamento oficial de Skeletons Domintation eram grandes. O Scelerata superou estas expectativas e comprovou de que era uma banda madura suficiente para lançar um álbum superior ao primeiro. Qual a visão de vocês com a aceitação do público?

Gustavo - Skeletons Domination realmente foi um disco melhor produzido, com a banda mais experiente. Um dado interessante sobre esse álbum é que ele foi totalmente composto e gravado em pouco mais de 6 meses. Também marca a estréia do Renato Osorio, que hoje é uma peça fundamental no processo de funcionamento e atividades da banda.

MUB: Como foi o processo de criação de Skeletons Domination e como foi trabalhar com o brilhante produtor Charlie Bauerfeind (Angra, Blind Guardian, Gamma Ray, HammerFall e Helloween)?

Gustavo - Pela experiência que tivemos na gravação do “D&L”, decidimos desde o principio das composições do “Skeletons Domination” trabalhar com grandes profissionais.
No começo do processo de composição procuramos por vários produtores e o Charlie sempre foi o que se mostrou mais entusiasmado. A química entre ele e a banda foi tão boa que estamos atualmente gravando com ele, e dessa vez ele assina a produção, já que no Skeletons ele apenas fez a mix e a master.

Legenda “ Skeletons Domination”


MUB: Uma parceria! Foi o que vocês conquistaram com o lendário ex-vocalista do Iron Maiden, Paul Di’Anno. Qual foi a reação de vocês com este convite para a tour nacional ao lado deste ícone?

Gustavo - Como sempre nós é que fomos atrás. Ficamos sabendo que o Paul estava precisando de uma banda para sua tour brasileira e mandamos material para o empresário dele. Recebemos a resposta no dia seguinte solicitando que gravássemos em um ensaio duas musicas do Iron Maiden e duas musicas da carreira solo do Paul.
No fim das contas o que mais marcou foi a amizade que fizemos com ele ao longo dessas duas turnês, que somadas chegam a 30 shows.  Apesar de alguns problemas de saúde, o Paul ainda mostra o porquê de ser considerado até hoje como um dos maiores vocalistas de metal do mundo.

Legenda: Francis, Gustavo, Paul Di Anno, Magnus, Renato (tour 2009



MUB: O que vocês teriam a dizer sobre Carl Casagrande (Darkness & Light e Skeletons Domination) e Dan Rubin (ex-Magician), ex-vocalistas do Scelerata?

Gustavo - Na verdade não muita coisa. Sobre as qualidades musicais, qualquer um pode ouvir nossos álbuns e tirar suas conclusões. Quanto ao Dan fizemos apenas uma tour com ele.
O que acontece é que em ambos os casos, as visões de vida, carreira e etc. diferem bastante do restante da banda.
Antes deles dois ainda tiveram outros vocalistas da cena local, como Daniel Caruso, Marcio Machado e Sandro Bb. 

MUB: Em 2010, Fabio Juan integra-se ao grupo. Como foi este processo de escolha?

Gustavo - O Fabio já tinha nos mandado material há algum tempo, mas estávamos atrasados pois iríamos começar a tour. Acabamos chamando o Dan porque já o conhecíamos e ele mora na mesma cidade que a gente. Quando o Dan saiu, entramos em contato com o Fabio para saber se ele ainda tinha interesse em tocar com a gente.
Marcamos um ensaio. No meio da primeira musica já sabíamos que tínhamos encontrado nosso novo vocalista. Tocamos apenas mais duas ou três musicas e saímos pra beber, o que também fazia parte do teste. Após tantos vocalistas, sabíamos que tão importante quanto cantar bem (e isso o Fabio tem de sobra), era ter alguém que entendesse como as coisas funcionam em uma banda de Heavy Metal. Posso dizer que a sintonia foi imediata e estamos muito felizes em ter o Fabio na banda.

Legenda: Renato, Fabio, Gustavo, Francis, Magnus


MUB: Fabio, como foi pra você ingressar em uma banda de renome mundial?

Fabio Juan – Foi e é uma enorme satisfação fazer parte de um time de músicos tão competentes e experientes na atual cena heavy metal. Como vocalista e apreciador do estilo de música que o Scelerata executa, eu sempre acompanhei os trabalhos da banda, ouvindo suas músicas e acompanhando sua evolução. Tanto que quando pintou o lance da procura de um novo vocalista, não pensei duas vezes em mandar meu material. Aliás, desde muito cedo eu estudo e vinha me preparando para um dia assumir o posto de vocalista de uma banda que estivesse comprometida a fazer um trabalho profissional de grande qualidade, pois desde criança e tinha em mente que a música era o que eu queria fazer da minha vida. Voltando à banda, foi quando conheci os caras pessoalmente que eu tive a certeza de que não foi por acaso que nós nos encontramos, não acredito em coincidências. A coisa fluiu tão bem, tanto profissionalmente quando pessoalmente que meu sentimento de alegria e satisfação foi indescritível. Então hoje estamos gravando o novo disco, todos empolgados e vibrando com cada pequena vitória neste processo. Para mim é um privilégio e tenho muito orgulho de estar ao lado desses caras e ser o frotman dessa grande banda. 

MUB: Uma nova turnê ao lado de Paul Di’Anno aconteceu em 2010, dando prosseguimento à divulgação de Skeletons Domination. Conte-nos como foi.

Gustavo - Foi animal!! A banda estava melhor que nunca. Também foi uma turne mais extensa e cansativa. Passamos por 20 cidades em um mês. Essa tour trazia pela primeira vez o Fabio a frente dos vocais, o que nos deu a certeza de estar fazendo um grande trabalho.

Fabio – Foi maravilhoso, uma experiência incrível para todos nós. Pra mim particularmente foi uma prova de fogo, pois para um vocalista, com um mês de banda, a responsabilidade de mostrar seu trabalho é dobrada. Antes da turnê eu estava preocupado em como seria o desgaste de cantar 5 dias seguidos por semana durante 1 mês e meio (as músicas da banda não são as mais fáceis do mundo para se cantar, tecnicamente falando rsrsrs), pensando se daria conta do recado, pois era algo novo para mim. Me surpreendi com o resultado final da tour, com o desempenho da banda, principalmente com o meu (pois eu já sabia do que os caras eram capazes rs). Durante a tour, em meio a gripes, conjutivite, extensas viagens de van e noites mal dormidas em aeroportos, assim que pisávamos no palco tudo mudava, esquecíamos de tudo e a energia e o enorme prazer de estar ali em cima e ver o público vibrando conosco nos trazia superação, tudo fluía perfeitamente. Ao final de tudo, eu tive a certeza de que eu estava mais do que preparado para encarar o desafio de ser o frotman do Scelerata. Cada noite de show foi um momento único, e o saldo foi super positivo, quem esteve lá sabe disso. Aliás, quero agradecer a todos os envolvidos nessa turnê, toda a equipe que nos acompanhou, foram fundamentais para o sucesso dos shows e do nosso dia-a-dia. Sem contar que passar 1 mês e meio junto, vivendo situações das mais inusitadas, com altos e baixos, com alegrias e dificuldades, trouxe muita união e motivação para gravarmos o novo disco e apostarmos no nosso trabalho.

Legenda: Scelerata e Di Anno. (2010)


MUB: Vocês estão em processo de gravação do novo álbum. Uma demo está disponível no MySpace da banda, que aliás está incrível, Fabio dando conta do recado. Vocês podem nos adiantar alguma coisa deste novo álbum? Tem data prevista para o lançamento?

Gustavo - Neste exato momento Francis e Renato estão no estúdio Twilight Hall, pertencente ao Blind Guardian, gravando as bateras do nosso novo CD.  Certamente será um álbum mais pesado, mas com todos elementos Power Metal dos nossos álbuns anteriores. Já estamos com a arte bem adiantada e sim, já temos um nome, mas isso é segredo (risos)!
Não temos o dia exato para o lançamento, mas acredito que até meados de agosto estará a disposição.

Fabio – As composições mostram o amadurecimento de todos como músicos e da banda como uma unidade. Sendo o meu primeiro trabalho com a banda, estou muito empolgado e focado nas gravações e mostrar tudo o que eu posso. Estou feliz com todo o processo e muito ansioso para o lançamento, está sendo uma grande conquista.

Legenda: Francis no Twilight Hall (Alemanha), Charlie Bauerfeind  microfonando


MUB: Antes de encerrarmos nossa entrevista, fiquem à vontade para deixarem um recado aos fãs da banda e a todos os internautas que nos visitam!

Gustavo - Pra gente é sempre muito bom manter contato com nosso publico, e hoje em dia fica mais fácil trocar idéia com o pessoal através do twitter, facebook, myspace, por exemplo. É muito importante para banda ter o feedback da galera. E fiquem ligados pois muitas novidades estão por vir!

Fabio – Agradecemos à você Deko pela entrevista e a toda a galera do blog Metal Universe Brasil. Gostaríamos de agradecer também a todos que têm nos dado suporte, curtido nossos sons, entrando em contato conosco e mandando suas vibrações positivas. Este novo disco será um grande trabalho. Estamos nos desdobrando para que o lançamento seja feito da melhor forma possível, já preparando o agendamento de shows, promoções, entrevistas e materiais de divulgação. Contamos com o apoio de todos vocês, fãs e mídia especializada para engrandecer a cena metal do nosso país, apoiando o heavy metal nacional e seus representantes, para mostrar ao mundo do que o Brasil realmente é feito, não só de corrupção e desigualdade, mas de pessoas batalhadoras, corajosas, talentosas, que tem muito orgulho e mostram paixão no que fazem.

Agradecemos o espaço, esperamos sempre divulgar as novidades e desejamos muito sucesso para Metal Universe Brasil.

3 comentários: